No âmbito da Rede de Serviço de Urgências, será criado em Santo Tirso, no dia 25 de Abril deste ano, “um Serviço de Urgência Básico” que funcionará “vinte e quatro horas por dia”. Este é um dos principais pontos do protocolo assinado no último sábado entre o Ministério da Saúde e a Câmara de Santo Tirso.
Santo Tirso foi, de resto, um dos seis concelhos a assinar protocolos com a tutela, tendo em vista a reestruturação da rede de urgências, conforme anunciou o ministro Correia de Campos. A Santo Tirso juntou-se em Lisboa no último sábado para a assinatura dos referidos protocolos, os municípios de Fafe, Espinho, Montijo, Cantanhede e Macedo de Cavaleiros, contendo cada um deles especificidades próprias.
Na ocasião, Correia de Campos deu conta que os protocolos celebrados vão permitem resolver, a contento de todos, um conjunto de problemas na reorganização da rede das urgências. Para além da criação, em Santo Tirso de um “Serviço de Urgência Básico”, e segundo revelou o autarquia tirsense, o protocolo garante ainda a colocação no Hospital Conde S. Bento de uma ambulância SIV (Suporte Imediato de Vida), com tripulação profissionalizada de enfermeiro e técnico de ambulância, já a partir de 1 de Outubro, também deste ano.
Na ocasião, e ainda segundo a Câmara de Santo Tirso, ficou “ainda formalizada a constituição de Unidades de Saúde Familiares (USF) em todos os Centros de Saúde do concelho” no sentido de ser garantida à população uma “melhoria no acesso aos cuidados de saúde”, nomeadamente através da “inter-substituição dos profissionais e pelos compromissos de melhores cuidados de saúde negociados e contidos nos respectivos contratos-programa”.
Depois do “fecha, não fecha” a que o Serviço de Urgências do Hospital Conde S. Bento esteve sujeito nos últimos tempos, a autarquia de santo Tirso assegura a sua continuação como Serviço de Urgência Básica, o terceiro nível de resposta definido pela comissão de peritos que se junta aos já existentes Serviço de Urgência Médico-Cirúrgica (SUMC) e Serviço de Urgência Polivalente (SUP). O que não previa a comissão, era que um desses serviços básicos pudesse funcionar em Santo Tirso já que o relatório final indicava o encerramento do serviço existente.
Sem classificação
À semelhança do que acontece em muitos outras unidades hospitalares, o Serviço de Urgências do Hospital de Santo Tirso não se encontra devidamente classificado. Não é um Serviço de Urgência Médico-Cirúrgica, nem Polivalente, “mas também não é um Serviço de Urgência Básico”, referiu ao Entre Margens, José Maria Dias, director do Hospital Conde S. Bento. As urgências praticadas em Santo Tirso, no fundo, indica o mesmo responsável, correspondem às especialidades médicas daquela unidade. Sobre o acordo assinado no último sábado e que vai levar à criação do Serviço Básico de Urgência, José Maria Dias diz ser “algo de que já estava à espera que acontecesse” Ao Entre Margens afirmou inclusive que as notícias que indicavam o encerramento das urgências nunca o haviam preocupado muito, pois sempre entendeu ser pouco provável o fecho daquele serviço, tendo em conta a realidade actual dos cuidados médicos prestados na região. Questionado sobre se o novo serviço representa um aumento ou uma diminuição do nível de resposta face aos cuidados prestados actualmente pelo mesmo serviço, o director do Hospital sublinha apenas que este tem de “ser visto em rede”.
Em comunicado de imprensa, a autarquia de Santo Tirso sublinha que o protocolo agora assinado entre o município e o Ministério “resultou de um trabalho negocial de largos meses e desenvolvido ao mais alto nível entre o presidente da Câmara Municipal, Castro Fernandes, e o Ministério da Saúde, tendo como objectivo essencial melhorar a política de saúde no concelho de Santo Tirso”. Foram privilegiadas as “as negociações” nota a Câmara Municipal, por ventura demarcando-se dos protestos que tem caracterizado a reorganização do serviço de urgências hospitalares
“Um modelo de especialidade e urgências ao pé da porta de cada um, simplesmente não existe. Propô-lo seria irresponsável, perpetuá-lo será hipotecar o futuro", considerou na Ocasião o ministro da Saúde, Corria de Campos. “Nada mudar, seria uma covardia que os cidadãos não tolerariam, quando se apercebessem da dimensão do logro", afirmou ainda o mesmo responsável no último sábado.
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