terça-feira, fevereiro 27, 2007

Câmara de Santo Tirso "segura" Serviço de Urgências

No âmbito da Rede de Serviço de Urgências, será criado em Santo Tirso, no dia 25 de Abril deste ano, “um Serviço de Urgência Básico” que funcionará “vinte e quatro horas por dia”. Este é um dos principais pontos do protocolo assinado no último sábado entre o Ministério da Saúde e a Câmara de Santo Tirso.
Santo Tirso foi, de resto, um dos seis concelhos a assinar protocolos com a tutela, tendo em vista a reestruturação da rede de urgências, conforme anunciou o ministro Correia de Campos. A Santo Tirso juntou-se em Lisboa no último sábado para a assinatura dos referidos protocolos, os municípios de Fafe, Espinho, Montijo, Cantanhede e Macedo de Cavaleiros, contendo cada um deles especificidades próprias.

Na ocasião, Correia de Campos deu conta que os protocolos celebrados vão permitem resolver, a contento de todos, um conjunto de problemas na reorganização da rede das urgências. Para além da criação, em Santo Tirso de um “Serviço de Urgência Básico”, e segundo revelou o autarquia tirsense, o protocolo garante ainda a colocação no Hospital Conde S. Bento de uma ambulância SIV (Suporte Imediato de Vida), com tripulação profissionalizada de enfermeiro e técnico de ambulância, já a partir de 1 de Outubro, também deste ano.


Na ocasião, e ainda segundo a Câmara de Santo Tirso, ficou “ainda formalizada a constituição de Unidades de Saúde Familiares (USF) em todos os Centros de Saúde do concelho” no sentido de ser garantida à população uma “melhoria no acesso aos cuidados de saúde”, nomeadamente através da “inter-substituição dos profissionais e pelos compromissos de melhores cuidados de saúde negociados e contidos nos respectivos contratos-programa”.

Depois do “fecha, não fecha” a que o Serviço de Urgências do Hospital Conde S. Bento esteve sujeito nos últimos tempos, a autarquia de santo Tirso assegura a sua continuação como Serviço de Urgência Básica, o terceiro nível de resposta definido pela comissão de peritos que se junta aos já existentes Serviço de Urgência Médico-Cirúrgica (SUMC) e Serviço de Urgência Polivalente (SUP). O que não previa a comissão, era que um desses serviços básicos pudesse funcionar em Santo Tirso já que o relatório final indicava o encerramento do serviço existente.

Sem classificação
À semelhança do que acontece em muitos outras unidades hospitalares, o Serviço de Urgências do Hospital de Santo Tirso não se encontra devidamente classificado. Não é um Serviço de Urgência Médico-Cirúrgica, nem Polivalente, “mas também não é um Serviço de Urgência Básico”, referiu ao Entre Margens, José Maria Dias, director do Hospital Conde S. Bento. As urgências praticadas em Santo Tirso, no fundo, indica o mesmo responsável, correspondem às especialidades médicas daquela unidade. Sobre o acordo assinado no último sábado e que vai levar à criação do Serviço Básico de Urgência, José Maria Dias diz ser “algo de que já estava à espera que acontecesse” Ao Entre Margens afirmou inclusive que as notícias que indicavam o encerramento das urgências nunca o haviam preocupado muito, pois sempre entendeu ser pouco provável o fecho daquele serviço, tendo em conta a realidade actual dos cuidados médicos prestados na região. Questionado sobre se o novo serviço representa um aumento ou uma diminuição do nível de resposta face aos cuidados prestados actualmente pelo mesmo serviço, o director do Hospital sublinha apenas que este tem de “ser visto em rede”.

Em comunicado de imprensa, a autarquia de Santo Tirso sublinha que o protocolo agora assinado entre o município e o Ministério “resultou de um trabalho negocial de largos meses e desenvolvido ao mais alto nível entre o presidente da Câmara Municipal, Castro Fernandes, e o Ministério da Saúde, tendo como objectivo essencial melhorar a política de saúde no concelho de Santo Tirso”. Foram privilegiadas as “as negociações” nota a Câmara Municipal, por ventura demarcando-se dos protestos que tem caracterizado a reorganização do serviço de urgências hospitalares

“Um modelo de especialidade e urgências ao pé da porta de cada um, simplesmente não existe. Propô-lo seria irresponsável, perpetuá-lo será hipotecar o futuro", considerou na Ocasião o ministro da Saúde, Corria de Campos. “Nada mudar, seria uma covardia que os cidadãos não tolerariam, quando se apercebessem da dimensão do logro", afirmou ainda o mesmo responsável no último sábado.

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