sábado, fevereiro 03, 2007

Serviço de Urgências do Hospital de Santo Tirso: fecha, não fecha, fecha, não fecha....



O encerramento dos serviços de urgências hospitalares voltou às primeiras páginas dos jornais, desta vez em virtude das conclusões apresentadas pela Comissão Ténica de Apoio ao Processo de requalificação das Urgêncas.

No relatório final, apresentado na passada quinta-feira, as Urgências do Hospital Conde S. Bento, em Santo Tirso, voltam a constar da lista dos serviços a encerrar até ao final de 2007, assim como as de Peso da Régua, Macedo de Cavaleiros, Vila do Conde, Fafe, S. João da Madeira, Ovar, Espinho, Estarreja, Cantanhede, Peniche, Fundão, Curry Cabral (Lisboa) e Montijo. Quinze, ao todo, mais uma – a de Peniche - do que inicialmente havia sido indicado.

A proposta final está agora a ser analisada pelo ministro Correia de Campos, que deve tomar uma decisão "em breve" e pode, inclusive, haver alterações ao mapa proposto pela comissão de peritos. De acordo com o Ministério da Saúde, o relatório pode ser aprovado na sua totalidade, "ter ligeiras alterações, ou alterações de fundo. Tudo está em aberto".

Câmara nega encerramento de urgências
Dúvidas é o que parece não ter a Câmara de Santo Tirso que, em comunicado divulgado ontem, volta a sublinhar o que já vem afirmando desde sempre, ou seja, que a “urgência do Hospital de Santo Tirso não vai fechar”.

Nota a autarquia tirsense que, segundo a comissão técnica, o caso de Santo Tirso foi considerado “o de mais difícil decisão, porque todos os parâmetros avaliados [população, distâncias, acessos e meios técnicos e humanos] estavam nos limiares de justificação da manutenção do Serviço de Urgência”.

No mesmo comunicado, a Câmara de Santo Tirso diz ainda que na reunião promovida pela Associação Nacional de Municípios Portugueses em Coimbra, realizada no passado dia 16 de Outubro, a referida comissão revelou-se favorável à manutenção das urgências de Santo Tirso referindo no seu relatório que “as urgências realizadas pelo Hospital Conde de São Bento são verdadeiras urgências, ao contrário da maioria das realizadas nos outros hospitais, nomeadamente no Hospital de Famalicão, onde são atendidos muitos casos de consultas de recurso que deveriam ser vistas nos Centros de Saúde. Acresce o facto de o Hospital São João de Deus, em Famalicão, não ter capacidade para acolher as urgências atendidas no Hospital de Santo Tirso”.

Mais recentemente, a 15 de Dezembro último, em audiência concedida ao presidente da Câmara Municipal, Castro Fernandes, a secretária de Estado Adjunta e da Saúde, Cármen Pignatelli, “confirmou que Santo Tirso devia estar optimista relativamente à manutenção da sua Urgência”.

Não é isso o que indicam as últimas notícias, ainda que o Ministério da Saúde admita alterações. De acordo com a nota de imprensa da Câmara de Santo Tirso, a tutela vai ouvir novamente as autarquias sendo certo que “a Câmara Municipal de Santo Tirso continuará a defender intransigentemente o direito à saúde dos seus munícipes”.

Centro Hospitalar do Ave não serve de contentamento
Para o PCP, o anúncio de que a sede do novo Centro Hospitalar do Ave será em Santo Tirso não passa de uma manobra de propaganda do governo para iludir os tirsenses e nem tão pouco servirá de contentamento à população caso seja encerrado o Serviço de Urgências. Na opinião da Comissão Política Concelhia, a intenção, noticiada ontem, do Ministério da Saúde de encerrar as urgências de Santo Tirso confirma que “a política de desinvestimento na saúde, em particular no Hospital Conde S. Bento, em Santo Tirso, beneficia interesses privados e conduz à degradação do serviço prestado nesta importante responsabilidade do Estado”.

Em comunicado de imprensa, o PCP de Santo Tirso diz ainda ser “nula” a “capacidade de argumentação e de influencia do presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso (e dirigente nacional do PS) perante os interesses do governo do seu Partido”.

1 comentário:

Anónimo disse...

A verdade é que ninguém percebe este diz que disse! Acredito que a força que o Castro Fernandes tem dentro do PS, faça com que a situação se arraste por muito e muito tempo, 2009 é a meta...
As declarações do Ministro também vão nesse sentido. As medida não é para ser posta em prática imediatamente, vai ser faseada. E ainda vai querer ouvir os Presidentes de Câmara outra vez...

Aquilo que me parece que vai acontecer é que vai haver um encerramento gradual. Vão saindo valências umas atrás das outras. Até que passe a uma uregência normal de centro de saúde e depois, depois de 2009, acabe por fechar de vez.

Os tirsenses têm que estar atentos a todas estas situações que se vão desenrrolando a sua volta.

Santo Tirso parou no tempo...
Esta é só mais uma de muitas situações...