A crise é apenas uma palavra usada para fazer convergir uma série de problemas num único nome. Para sermos reais sempre se falou de crise, mas talvez nunca ela tenha sido sentida como agora. O tempo das “vacas gordas” acabou, ouve-se. Agora que o país já “perdeu a tanga” fomos perceber o que os comerciantes apontam como grandes diferenças, implicações e percepções dos seus negócios.
Hoje em dia vivemos a era do “assim-assim”. Agora quase todos são “remediados”, porque toda a gente se queixa do mesmo: falta de dinheiro. Nos dias que correm encontra-se tão depressa o empresário no hipermercado económico, como o operário. As barreiras caíram, já ninguém tem vergonha de dizer: não tenho dinheiro para isso.
“Há dez anos atrás, à meia-noite, em qualquer dia da semana e fim-de-semana, tinha no café cinquenta clientes” recorda Fernando de Sousa, proprietário de um dos mais antigos café de Roriz, o ‘Café Central’, mais conhecido por café do Mendes. “Antigamente todos queriam beber, ou pagar uma rodada aos amigos” continua, fazendo a paralela com os dias que correm, “agora nenhum cliente desses aparece por cá. Às vezes, às nove e meia da noite não se vê ninguém nas ruas, parece que toda a gente desapareceu, porque se as pessoas vêm ao café e não têm dinheiro para gastar, sentem-se inferiorizadas e preferem ficar em casa”, explica em jeito de conclusão.
LEIA A REPORTAGEM, NA EDIÇÃO DE 9 DE JUNHO DO ENTRE MARGENS
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