“Aqui (Vale de Ave) é uma zona onde há carência de forma envergonhada”. Esta foi, muito provavelmente, a frase que mais aproximou Francisco Lopes, candidato do PCP à presidência da República, à plateia que encheu a sede da junta de freguesia de S. Martinho no Campo, esta sexta-feira, dia 3 de dezembro.
No essencial, o candidato fez, em pouco mais de meia hora, um diagnóstico sobre o estado do país, numa perspetiva mais global que regional, começando por falar de um dos problemas mais crassos do concelho de Santo Tirso, mas transversal ao resto do país. “Esta freguesia (S. Martinho do Campo) está marcada pelo desemprego e isso coloca-nos o problema dos trabalhadores que ao serem despedidos ficam numa situação em que são velhos para trabalhar, mas novos para se reformar”.
Reafirmando um discurso há muito reivindicado pelos comunistas, Francisco Lopes, não esteve com meias palavras ao afirmar que os “patrões fecham empresas, abrem-nas noutro sítio, sacam o que é preciso sacar e os trabalhadores que se lixem”. E reafirmando o direito dos trabalhadores, o candidato lembrou que “ninguém é pedinte neste país. Temos direitos”.
A forma de solucionar os problemas que o país atravessa, segundo o candidato, é até bastantes simples. “Não tem de haver um milagre, é preciso é aproveitar os recursos nacionais, porque se se continuar neste rumo, o que é que vai acontecer ao país?”. Francisco Lopes recusa a ideia de que o país é pobre, mas o que tem é de aproveitar os seus recursos para “resolver a situação”.
E é por isso que Francisco Lopes assume que a sua candidatura representa uma “rutura”, e que a eleição do dia 23 de Janeiro - embora não vá mudar tudo - , vai ajudar “a decidir muito do que se faz no país”, concluiu o candidato.
Texto: Catarina Soutinho
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