Desde que foi tornado público o relatório da Comissão para a Reavaliação da Rede Nacional de Emergência e Urgência que propõe o encerramento de urgências um pouco por todo o país, que as reacções não se fizeram esperar.
Depois de Castro Fernandes se ter mostrado indignado com a situação, agora foi a vez do PSD e do PCP de Santo Tirso se manifestarem contra. Em comunicado, o Partido Comunista assume que “a ofensiva agora em curso não visa a melhoria do Serviço Nacional de Saúde mas a sua degradação e a criação de melhores condições para a gula do sector privado”. O partido refere que o SNS nacional é reconhecido internacionalmente, diz tratar-se de um “dos de melhor qualidade” e não aceita que “a submissão ao Pacto de Agressão que o PS, o PSD e o CDS assinaram com a troika estrangeira imponha o afastamento de milhares de pessoas do acesso à saúde”.
Também a Comissão Politica concelhia do PSD de Santo Tirso se mostra “apreensiva” com o eventual encerramento da urgência. Os Sociais-democratas discordam do estudo e apelam ao governo que “tenha em conta que desde 2006, e a partir do encerramento da Maternidade, a espiral de perdas no Hospital de Santo Tirso tem sido uma constante”.
O partido revela-se ciente da “importância das reformas que o país precisa de fazer”, mas alega que “não pode concordar com o facto de Santo Tirso, que está entre os quatro concelhos com maior taxa de desemprego e entre os cinco mais atingidos pela depressão, continue nesta espiral de perda, que penaliza ainda mais uma população já socialmente fragilizada”
O PCP local salienta que “por diversas vezes denunciou a redução de serviços, designadamente do número de camas em hospitais e a redução de profissionais de saúde em resultado do congelamento das carreiras profissionais, da arbitrariedade dos contractos individuais de trabalho e de processos de reestruturação, num processo escandaloso de encerramento de serviços públicos para favorecer os privados”. O PSD, por outro lado, lembra que “o PSD por diversas vezes denunciou publicamente esta situação. Também foi o PSD que tornou público os graves problemas que ocorreram nos serviços de urgência, que em determinados momentos não tinha sequer um médico de serviço e os tempos de espera eram inaceitáveis”.
A preocupação de ambos os partidos revê-se nos respectivos apelos. Os comunistas apelam à população da região “que lute e resista a estes ataques aos seus elementares direitos, contra estes encerramentos, pela defesa do SNS”, os laranjas apelam ao Ministro da Saúde “que tenha em conta a realidade social do concelho e que oriente a sua decisão com a sensatez que se impõe, mantenho obviamente a urgência de Santo Tirso, reforçando meios e recursos para melhorar os serviços que esta presta”.
As actuais instalações da Urgência Básica do Hospital de Santo Tirso foram inauguradas em 2009 com a presença do, então, primeiro-ministro José Sócrates e a ministra da saúde, Ana Jorge. A requalificação da urgência custou mais de um milhão de euros.
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