A
posição dos sociais-democratas não passou ao lado do clube que, na passada
segunda-feira, fez saber em comunicado enviado à Agência Lusa, que a recebeu
com “repúdio”. “O Clube Desportivo das Aves não podia
deixar de manifestar o seu repúdio e estupefação pela posição tomada pelos
vereadores do PSD”, lê-se no referido comunidade assinado pelo presidente do
Aves, Armando Silva.
No mesmo documento, o presidente do clube, sublinha o
facto de o Aves ser o “clube mais representativo do concelho” e aquele que mais
longe e mais alto leva o nome do município, lamentando no entanto que “a
importância e a popularidade” do clube, ao que “parece”, não seja do
conhecimento do PSD. Armando Silva diz ainda que o Aves “não é apenas um clube
que se dedica à prática do futebol profissional, mas sim uma instituição que
tem desde sempre estado ao dispor da sociedade e de outras associações”,
referindo-se por exemplo ao facto de as suas instalações serem disponibilizadas
para outras instituições da freguesia.
PSD diz que não confunde “futebol com política”
Em relação aos anos anteriores, o referido contrato contempla uma
redução em cinco por cento. Contudo, em setembro do ano passado o PSD propôs
uma redução de dez por cento nos valores dos contratos-programa celebrados
habitualmente com o Aves e o Tirsense, facto que o partido não vê contemplado
no presente contrato, pelo que, alegam, não poderiam agora “deixar de ser
coerentes com aquilo que defenderam há alguns meses”. Na declaração de voto, os
sociais-democratas dizem que não estão em causa os “fins meritórios” do clube,
mas entendem que o contrato-programa celebrado com o Aves não traduz o
“esforço” e a “partilha de sacrifícios que todos temos de fazer”.
De
resto, a redução em dez por cento do valor dos contratos programas de
desenvolvimento desportivo faz parte de um conjunto mais vasto de propostas que
a Comissão Política do PSD deu hoje a conhecer a Armando Silva através de carta
enviada ao presidente do Aves. Na missiva, assinada pelo presidente do PSD e
também vereador da oposição, Alírio Canceles sublinha que os “vereadores foram
eleitos para defender os interesses do concelho de Santo Tirso e das suas
populações”, que “não cedem a populismos” e que em causa está a “defesa do
interesse público, nomeadamente no que respeita aos recursos financeiros”.
Canceles alega que as posições dos vereadores “são objeto de ponderação e
assentam em critérios de equidade, justiça e defesa do interesse público” e que
não confundem “futebol com política, nem política com futebol”.
O
PSD diz perceber e compreender “as dificuldades do Aves e de todas as
instituições”, mas entende que “os recursos financeiros que resultam dos nossos
impostos, neste momento de grande aflição para as famílias, devem ser
equitativamente repartidos”. Por outro lado, o partido lamenta ainda que
Armando Silva “tenha preferido discutir este assunto na praça pública, fazendo
tábua rasa das mais elementares regras de convivência e de cordialidade que
devem nortear as relações entre organizações”.
Sem comentários:
Enviar um comentário