terça-feira, abril 10, 2007

Prof. Neca, treinador do Aves: "Temos tido azar mas só nos falta uma vitória"



Sendo um treinador perfeitamente entrosado com a realidade desportiva e financeira do CD Aves, o professor Neca encara as actuais dificuldades sentidas no primeiro escalão como sinal do azar, sem esquecer o desencontro com a eficácia, com a qual a equipa foi brindada na temporada anterior e que em muito contribuiu para o regresso ao convívio dos grandes do futebol nacional. Satisfeito pela “generosidade do plantel e seriedade da Direcção, presidida por Joaquim Pereira”, acredita que “a permanência está apenas à distância de uma vitória”, a conquistar o mais breve possível, porque só faltam seis jornadas para o desfecho do campeonato.

No início da época contava com as actuais dificuldades em sair da zona de despromoção?
Sim, já sabia que não seria nada fácil, mas continuo a acreditar que será possível sair da actual situação e chegar, dentro em breve, a zona tranquila. Não nos podemos esquecer que na segunda volta lançamos treze novos jogadores na primeira liga. Não perdemos a noção de quem somos e quem queremos ser, porque é importante nunca perder estas referências. Conseguimos empatar cinco jogos e perdemos três. Nas derrotas ficamos com a sensação de que podíamos não ter perdido, basta para isso recordar que em Braga estivemos perto do triunfo; com o Benfica falhamos uma grande penalidade, quando a igualdade prevalecia no marcador; e a derrota com o Belenenses, como toda a gente viu, surgiu de um erro nosso, provocado pela ansiedade de queremos fazer bem as coisas. Não há crítica nenhuma a apontar porque perdemos sempre pela margem mínima. Isto reflecte que temos tido azar.

Então a ansiedade tem atrapalhado os vossos planos…
Sem dúvida nenhuma, porque a vontade e a generosidade de todos estes jogadores é enorme. Por isso digo que estamos apenas à distância de uma vitória, há nove jornadas que andamos à procura da conquista dos três pontos e nunca nos podemos esquecer que os duas equipas classificadas nos dois últimos lugares foram as que subiram da Liga de Honra.

Ainda faltam seis jogos para terminar a época. Pelas suas palavras depreende-se que tudo está em aberto…
Encaramos estes últimos seis jogos com o mesmo sentido profissional e a convicção de que o Aves quer oferecer aos seus adeptos e à Direcção a permanência, porque eles têm sido incansáveis no apoio à equipa. Essa é a nossa grande vontade. Só queria que os jogadores não tivessem uma vontade tão grande de querer fazer tudo porque isso poderá trazer uma certa inibição à prestação do colectivo. Este plantel tem uma dedicação sem limites. Esta é a minha casa, gosto do clube pela seriedade das pessoas e a sua disponibilidade para o futebol. Acredito que até temos deixado ficar uma boa imagem. O CD Aves está a ser visto em todo o mundo e tenho recebido um feedback positivo de vários lados. Mas, este ano, tem-nos faltado apenas a eficácia com quem fomos premiados na época transacta. Continuo a dizer que é difícil mas não impossível. Se a vitória, que há tanto tempo procuramos, surgir dentro de uma ou duas jornadas, acredito que a permanência estará ao nosso alcance.

Entrevista concedida ao Entre Margens antes da vitória do último fim-de-semana do Desportivo das Aves frente ao Boavista. Na próxima edição, leia também a entrevista com Joaquim Pereira, presidente do clube.

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