sexta-feira, outubro 26, 2007

"Oferta de saúde no concelho não está esgotada"

ENTREVISTA COM JOSÉ FERRAZ DE OLIVEIRA, UM DOS ACCIONISTA E PORTA-VOZ DO HOSPITAL PRIVADO DE SANTO TIRSO

Quem são os promotores do Hospital Privado de Santo Tirso?
A ideia do Hospital Privado surgiu de um grupo de médicos e enfermeiros que trabalha aqui e que pensa que a oferta de saúde no concelho não está esgotada. Um grupo de pessoas que pensa que há espaço para uma unidade hospitalar - embora privada, e muito mais voltada para o ambulatório do que propriamente para o internamento - e que encontrou parcerias no Dr. José Vila Nova, do Grupo do Hospital da Trofa e nos Bombeiros Voluntários Tirsenses, que têm a importância que tem.

São, portanto, estes os principais investidores?
Não. O investimento é mais ou menos equitativo. São sete entidades, digamos assim, equilibradas umas com as outras e que terão à partida o mesmo grau de responsabilidade. A estrutura accionista é mais ou menos equilibrada entre estas sete identidades.

Que são?
Para além dos Bombeiros Amarelos e do Dr. José Vila Nova, mais cincos profissionais do concelho, entre os quais me incluo, os médicos Rui Rosas e António Gouveia do Hospital de Santo Tirso e os enfermeiros José Torres e Fernando Marques [actual presidente da Liga de Amigos do Hospital de Santo Tirso]. Há ainda uma entidade que participa, embora com menor quotização, que é a Unidade de Saúde de Santo Tirso.

Neste momento em que fase está o projecto?
Está constituída a sociedade. Existe um terreno prometido pela Câmara Municipal, foi já aprovada a sua afectação a este projecto conforme o vosso jornal noticiou. O plano de arquitectura está neste momento a ser elaborado e embora não existem muitos dados a este nível, há pormenores que já estão decididos. Para além disso, estamos também em fase de discussão da organização interna do futuro hospital, o que é um processo longo.

Pelo que foi dado a conhecer, este é um projecto para estar pronto em 2010. É assim?
Nós não gostamos muito de nos comprometermos com datas. Podemos responder pelas coisas que dependem de nós, mas um hospital implica a intervenção de muita gente e de muitas estruturas e qualquer uma delas pode protelar o projecto. Nós falamos em 2010 se o processo decorrer sem atropelos.

A localização definida tem gerado alguma contestação, principalmente por parte dos partidos da oposição. O que é que os promotores do hospital pensam da localização que foi definida?
Aquela localização foi sugerida pela Câmara Municipal, não fomos nós que fomos à procura. O tipo de hospital que queremos fazer é um hospital de proximidade. Não é um hospital para servir grandes extensões de população, é um hospital que vai servir a cidade e os arredores da cidade. Esta proximidade íntima com a cidade para nós é boa, corresponde bem a ideia que tínhamos para o projecto. Portanto, a nós não nos parece mal aquela localização. Mas uma coisa também é certa, nós não queremos que, por causa de uma intervenção nossa, haja conflitos na cidade. A nós interessa-nos que seja um local apoiado e aprovado pela Câmara Municipal que é a responsável por isso, não é o cidadão “a”, “b” ou “c”. Também é verdade que aquele não é o único sítio da cidade onde se poderia construir um hospital e, com certeza, deve haver outros sítios que poderiam ser utilizados para o efeito e, até admito, com alguma vantagem, não digo que não. Agora neste momento, o que há é o compromisso da Câmara Municipal para ser realizado naquela local e se não houver nada em contrário, é lá mesmo que se vai realizar.

Excerto de entrevista a publicar na íntegra na edição de 31 de Outubro do Jornal Entre Margens

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