Nestor Rebelo Borges diz que é votando PS que se resolvem os problemas de Vila das Aves

De velhas promessas se falou na sessão Assembleia de Freguesia realizada a 6 de Junho, nomeadamente da Quinta de Verdeal. Assunto trazido pelo deputado José Manuel Machado (PSD) que, para não incendiar os ânimos, optou por se referir ao projecto como um “sonho antigo dos avenses”. O deputado acredita que não é preciso gastar muito dinheiro para se poder usufruir daquele espaço e apelou a que se metesse mãos à obra, devendo, no seu entender, começar-se por vedar a quinta de forma a acabar com o vandalismo e a insegurança que o mesmo representa para os moradores daquela zona. Depois, sugeriu a limpeza do terreno, a criação de mini ciclovias, de caminhos pedonais e a iluminação do espaço. José Manuel Machado disponibilizou-se mesmo a ajudar na mão-de-obra. Não se sabe o que pensou o público presente sobre o desafio lançado pelo deputado da bancada do PSD, a oposição, essa, é que viu na proposta de José Manuel Machado mais um oportunismo político…e na realidade, mais uma oportunidade para trazer “as boas novas”.

“Não vai ser preciso o senhor fazer calos por causa da Quinta do Verdeal”, referiu o deputado do PS Bernardino Certo, segundo o qual “a seu tempo” – e não será preciso esperar muito, referiu, já será possível beneficiar daquele espaço. “Pura demogagica”, classificou entretanto o deputado do PS, Nestor Borges referindo-se às propostas trazidas por José Manuel Machado em relação à Quinta do Verdeal. O deputado do PS aconselhou os deputados sociais-democratas a serem mais “ambiciosos nas suas propostas” e a deixarem-se de “aproveitamentos políticos” sobre obras em relação às quais sabem que vão ser levadas a cabo. Em vez disso, acrescentou Nester Borges, os deputados deveriam propor soluções para resolver os problemas da freguesia, como o dos passeios ou sobre o destino a dar ao velho edifico da Junta de Freguesia, por exemplo.

Reagindo às declarações de Nestor Borges, Rui Batista quis, afinal de contas, conhecer quais seriam as soluções ambiciosas que o PS teria a propor para resolver os problemas de Vila das Aves. A resposta de Nestor Borges viria a agitar definitivamente os ânimos. “O que proponho para a resolução dos problemas é que os eleitores no próximo acto coloquem o PS na Junta de Freguesia”. Com isto, alguns elementos do público abandonaram a sala e o vogal do executivo, Manuel Joaquim Monteiro exaltou-se, insultando e dirigindo-se ao deputado do PS em termos nada apropriados para uma assembleia de freguesia, acabando por, também ele, por se ausentar por alguns momentos.

Helena Miguel (PS) que já se havia lamentado do facto de, na sua opinião, ser cada vez mais difícil exercer a democracia naquele órgão autárquico, viu naquela episódio, mais um exemplo em que a democracia saíra “beliscada”. Por sua vez, na sua intervenção final, Carlos Valente mostrou-se confuso: “chega a uma altura em que eu já nem sei se estou numa assembleia de freguesia ou num comício político”, acusando o PS de fazer “baixa política”.

Texto publicado na última edição do Entre Margens, de 13 de Junho de 2008