quarta-feira, abril 01, 2009

A baixa das Aves ainda é viável?



Rua Silva Araújo, Avenida Conde Vizela, mercado, Quinta do Verdeal, estação ferroviária… numa palavra, a baixa. A Baixa de Vila das Aves, outrora dinâmica e cheia de vida, para onde caminha? Que lugar lhe está reservado? O Entre Margens foi para a rua ouvir os que na baixa ainda mantêm os seus ‘modos de vida’, registamos também a opinião do arquitecto Fernando Torres, entrevistamos o autor da mais recente obra de arte pública de Vila das Aves que, no entanto, permanece longe dos olhares do público numa estação de portas fechadas e recriamos com ajuda de João Filipe a agitação de outros tempos vivida num sábado de manhã, na baixa, precisamente.

Entre a Rua Silva Araújo e a Avenida Conde Vizela as pessoas já não correm para o trabalho, ou pelo menos já são poucas as que o fazem. Correm antes para o comboio, saem apreçadas do café, param nas poucas lojas que ainda por lá se mantêm, entram numas, noutras nem por isso, e vão à sua vida. “Há 5 ou 6 anos atrás trabalhava-se, agora não”.

O movimento é escasso e só melhora em dias de mercado. “Ao sábado há outra alegria, há pessoas a passar na rua, é melhor para o negócio, parece que não, mas há outra chama.” Fale quem sabe, neste caso António Silva, proprietário do Café Avenida. “Tivemos uma quebra [no negócio] de mais de 70 por cento. Não é fácil. É claro que podíamos fazer obras, mas é preciso ter dinheiro; investir não dá”. António Silva até nem sem queixa do movimento das ruas, “não é mau de todo, o problema é que as pessoas não têm dinheiro. Desde que as fábricas fecharam o negócio piorou muito, acho que é impossível recuperar esse tempo.” E sobre o comércio que nesta zona vai tentado a sua sorte, diz que não tem hipóteses de vingar porque “foi tudo projectado lá para cima”, que é como quem diz, Fontainhas, Bom-nome e Tojela.

Mas há quem não tenha razões de queixa: “apostamos numa remodelação e isso atraiu mais gente. Dantes servíamos 30 a 40 diárias e agora servimos 110, 120 e mesmo ao fim-de-semana temos tido mais gente”, diz-nos José Barros proprietário do Café da Baixa. Na mesma rua, na Loja VIP a opinião faz-se em sentido contrário: “Estamos cá há um ano e meio e tem sido muito difícil e cada vez se tem notado mais”, ainda assim, acrescenta Vera Galvão, “depois da ‘casa estar feita´, de ‘ter nome’ as pessoas procuram-na e quem tem necessidade de vir cá, já vem de propósito.”

LEIA MAIS NA EDIÇÃO ESPECIAL SOBRE VILA DAS AVES DO SUPLEMENTO FREGUESIAS. HOJE, 1 DE ABRIL, NAS BANCAS

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