segunda-feira, novembro 15, 2010

Castro Fernandes apela a que se termine com a admissão de funcionários na Associação do Infantário de Negrelos


Na inauguração do Centro de Dia da Associação do Infantário de S. Tomé de Negrelos, realizada no último sábado, o presidente da direção, Manuel Alves da Silva apelou a que se fale mais de “pessoas” e menos de “números”. Mas foram os números que mais impressionaram Castro Fernandes, nomeadamente o número de crianças e idosos que a instituição serve e, sobretudo, o número de funcionários efectivos da mesma.

O presidente da Câmara começou por avisar que já está naquela fase em que começa a dizer tudo o que pensa e depois de feitas as contas disse o que entendeu que havia de dizer. Entre as crianças que frequentam a creche, o ATL e o jardim-de-infância, mais os utentes do centro de dia e de apoio domiciliário, o número total ultrapassa os 230. Tendo a instituição 66 funcionários, dos quais 52 efectivos, isto dá, pelas contas do autarca, qualquer coisa como 3,6 pessoas a ser atendidas por funcionário. “Isto não é comum, isto não é comum”, repetiu Castro Fernandes. “Para cada 3,6 pessoas que frequentam a associação, mesmo no apoio domiciliário, há um funcionário. É um rácio excecional, o problema é como é que se sustenta economicamente tal rácio”.

Para já, apelou Castro Fernandes, há que parar com a admissão de funcionários e depois repensar o referido rácio. “Peço desculpa de o dizer, mas se este rácio começar a diminuir, às tantas vocês não têm dinheiro para pagar aos funcionários”. É que impressionado ficou também Castro Fernandes, com o valor orçamentado pela associação para o próximo ano: um milhão e 118 mil euros. “É outro número que assusta. Como é que se arranja um milhão e 118 mil euros para fazer isto funcionar, não é fácil”.

Castro Fernandes sabe, no entanto, que tudo isso só é possível “porque a associação desenvolveu uma série de acordos sociais com a Segurança Social”, mas preocupa-o que numa situação de crise os apoios diminuam. “Imaginem que o país entra numa crise profunda - como já está, em parte, neste momento - e que no âmbito da Segurança Social há cortes efetivos, é lógico que muitas destas instituições podem abalar muito”. Por isso, apelou o autarca, há que “acautelar o futuro”, nem que para isso seja necessário tomar medidas “duras”, no sentido de “defender instituições como estas que são tão importante para a sociedade”.

Ainda que a funcionar há um ano, a inauguração do Centro de Dia aconteceu apenas no último sábado, 13 de novembro. A obra representou um investimento de 16 mil euros e não foi o último realizado nos últimos tempos. A este valor, a associação somou ainda os 20 mil euros na reconversão do ATL em creche, os 25 mil euros na aquisição do Parque Infantil e 17 mil euros na aquisição de duas viaturas. O presidente da direcção deu conta de que as obras estão pagas mas também deixou claro que todo o apoio é bem vido e por isso dirigiu-o ao presidente da Câmara. Este foi sensível à “pressão” e, depois de feitas as contas, afirmou que irá propor a atribuição de um subsídio de 20 mil euros, ou seja “25 por cento dos custos” já realizados.

Texto e foto de José Alves de Carvalho (reportagem completa na próxima edição do Entre Margens)

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