quinta-feira, março 10, 2011

"Com 550 mil euros púnhamos a Quinta dos Pinheiros num brinquinho"


Incisivo, reivindicativo e cáustico quanto baste, Carlos Valente em entrevista ao Entre Margens fala das dificuldades do atual mandato depois da compra do Amieiro, explica o relacionamento com o presidente da câmara, fala da Quinta dos Pinheiros e deixa no ar a possibilidade de uma candidatura à câmara. “Não vou dizer que sou candidato, porque não sou, mas também não me assustava absolutamente nada fazer parte de uma equipa à câmara”. E quanto a obras, ficou tudo claro: se não houver subsídios, dificilmente haverá mais obras em Vila das Aves.


Um excerto:

Qual o orçamento da junta de Vila das Aves?

Um total de 300 mil euros, com um grau de execução de 75 por cento.


Isso é aplicado exatamente em quê?

Isso dá basicamente para tentar manter os salários dos funcionários. Temos um coveiro permanente, temos uma equipa de pessoal de rua e três pessoas dentro da junta. É bom lembrar que temos um posto de atendimento da Segurança Social onde são atendidas uma média 800 pessoas por mês. É um posto totalmente suportado por nós, e somos das poucas juntas do distrito do Porto com a qual a Segurança Social mantém um protocolo e tem interesse em manter este ponto de atendimento aberto.


É do senso comum que os orçamentos das juntas de freguesia são curtos e que as obras são cada vez mais difíceis de fazer. Posto isto, o que pretendem então fazer durante os próximos três anos de mandato? Cruzar os braços?

Cruzar os braços nunca foi uma possibilidade, muito pelo contrário, fizemos milagres com o orçamento que tínhamos. Mas há uma coisa que não pode ser separada do mandato anterior para este, que é a compra do Amieiro Galego. Eu (os meus colegas de junta também) devo ter sido o único presidente de junta do concelho que andou a pedir porta-à-porta. Onde é que já se viu um presidente andar a pedir porta-à-porta para resolver um problema que era de interesse municipal. Vêm falar-me dos 75 mil euros que custou o Amieiro Galego e dizem que foi caro. Sabe o que respondo: ‘Caro?! Com os 72 mil euros que a câmara pagou para pôr o Tony Carreira e o João Pedro Pais a cantar nas festas de S. Bento, pagávamos o Amieiro Galego.’


Entrevista de Catarina Soutinho. Leia mais na edição impressa do Entre Margens, de 10 de março.


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