quinta-feira, março 10, 2011

“Tínhamos núcleos e pessoas nas freguesias que dinamizavam o CDS-PP e agora não temos ninguém”


Não tem mais de 30 anos, mas não é propriamente um novato na política. Foi presidente da JP local entre 1998 e 2001 e, no mesmo período, vice-presidente da distrital da Juventude Popular. Mas fechado este seu primeiro ciclo político, Ricardo Rossi afasta-se da política pois “não estava para pactuar com determinadas atitudes e valores da concelhia do CDS-PP” de então, liderada por Henrique Pinheiro Machado.

Regressa agora ao ativo, como presidente da Comissão Política do CDS-PP de Santo Tirso, eleita no final do ano passado, sucedendo assim a Fernando Ferreira no cargo. Lidera uma equipa jovem que tem pela frente o difícil trabalho de reativar um partido que nos últimos anos tem perdido em fulgor e mediatismo e, acima de tudo, eleitorado: nas autárquicas em 2005 “chegou a ter menos votos do que os votos em branco”. No presente, sublinha o facto de o partido estar em coligação pós-eleitoral na Junta de Freguesia de Santo Tirso e elogia o trabalho feito por José Pedro Miranda. Embora “limitado nos seus poderes e no seu orçamento, o atual presidente da junta tem feito um excelente trabalho”

O seu afastamento do CDS-PP, ocorrido em 2001, deve-se essencialmente ao rumo que partido tomou?

Motivos pessoais e também devido às pessoas que estavam na altura à frente do partido. Durante muitos anos foi o Dr. Henrique Pinheiro Machado presidente da concelhia e eu e as pessoas que estavam comigo, não estávamos de acordo com o caminho que queria seguir.

Que caminho era esse?

O caminho em que hoje se traduz o partido em Santo Tirso. Na altura tínhamos núcleos e pessoas nas freguesias que punham o partido ativo e o dinamizavam e agora não temos ninguém. Houve um afunilamento de interesses, que não sei quais são, se são pessoais ou não, que colocaram o partido onde está. E, por outro lado, ainda me custa acreditar como é que um presidente de uma concelhia consegue candidatar-se e ganhar juntas como independente. Coisas que a mim não me encaixam. Esses são os principais motivos, o partido tem de ser aberto e não fechado.

Entrevista de José Alves de Carvalho. Leia mais na edição impressa do Entre Margens, de 10 de março.

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