Pedro Passos Coelho não precisou de “aquecer a cadeira” para rapidamente abrir caminho para umas das medidas anunciadas em campanha, ou seja, a extinção dos Governos Civis. Pouco depois de formalizada a sua tomada de posse, o primeiro-ministro dava conta de que não nomearia novos governadores civis e alguns dias mais tarde, exonerava os 18 existentes. O serviço só não fica completo, porque a Constituição não o permite.
Na ocasião, Passos Coelho afirmou que os governadores civis tiveram “um papel relevante no tempo da ditadura, enquanto tutela de um poder autárquico profundamente condicionado”, mas a partir do 25 de Abril de 1974 “foram sendo progressivamente esvaziados de atribuições”. Joaquim Couto parece concordar com o primeiro-ministro.
Eleito em 1982 presidente da Câmara de Santo Tirso, Joaquim Couto deixou o cargo em 1999 em virtude da sua nomeação para governador civil do Porto. Contactado pelo Entre Margens, o atual vereador do PS da Câmara de Gaia assume ter uma posição “um pouco radical” sobre o assunto, dando a entender que a decisão do atual governo só perca por tardia. Mas, por outro lado, é da opinião de que a medida só fará pleno sentido se abrir caminho para a criação das regiões administrativas. Mas este é assunto que parece arredado dos discursos políticos.
“Já não se justifica a existência de governadores civis”, diz em início de conversa Joaquim Couto, dando conta que os mesmos não foram sendo apenas “esvaziados de competências”, mas também de “meios financeiros”, tornando-se, por isso, “num peso administrativo na máquina do Estado, difícil de explicar”. Para o antigo autarca de Santo Tirso, a medida do atual governo é “sensata”. “Parece-me positivo, razoável e sensato que num tempo de crise, em que se diz que se gasta 25 a 30 milhões de euros com os governos civis, se acabe com eles”.
TEXTO: JOSÉ ALVES DE CARVALHO
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Nota da redação: Na edição impressa, o título da reportagem, bem como a sua repetição na primeira página, aparece com um erro ortográfico (extinsão em vez extinção), pelo qual apresentamos as nossas desculpas.
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