quinta-feira, março 01, 2012

Desportivo das Aves “estupefacto” com tomada de posição dos vereadores do PSD

Na reunião do executivo camarário de 15 de fevereiro, foi aprovado o Contrato-programa de Desenvolvimento Desportivo celebrado entre a autarquia e o Desportivo das Aves, no âmbito do qual é atribuído ao clube o valor de 190 mil euros. Na hora da votação, o referido contrato mereceu o aval dos vereadores do PS. Os vereadores eleitos pelo PSD abstiveram-se.

A posição dos sociais-democratas não passou ao lado do clube que, na passada segunda-feira, fez saber em comunicado enviado à Agência Lusa, que a recebeu com “repúdio”. “O Clube Desportivo das Aves não podia deixar de manifestar o seu repúdio e estupefação pela posição tomada pelos vereadores do PSD”, lê-se no referido comunidade assinado pelo presidente do Aves, Armando Silva.

No mesmo documento, o presidente do clube, sublinha o facto de o Aves ser o “clube mais representativo do concelho” e aquele que mais longe e mais alto leva o nome do município, lamentando no entanto que “a importância e a popularidade” do clube, ao que “parece”, não seja do conhecimento do PSD. Armando Silva diz ainda que o Aves “não é apenas um clube que se dedica à prática do futebol profissional, mas sim uma instituição que tem desde sempre estado ao dispor da sociedade e de outras associações”, referindo-se por exemplo ao facto de as suas instalações serem disponibilizadas para outras instituições da freguesia.

PSD diz que não confunde “futebol com política”
Em relação aos anos anteriores, o referido contrato contempla uma redução em cinco por cento. Contudo, em setembro do ano passado o PSD propôs uma redução de dez por cento nos valores dos contratos-programa celebrados habitualmente com o Aves e o Tirsense, facto que o partido não vê contemplado no presente contrato, pelo que, alegam, não poderiam agora “deixar de ser coerentes com aquilo que defenderam há alguns meses”. Na declaração de voto, os sociais-democratas dizem que não estão em causa os “fins meritórios” do clube, mas entendem que o contrato-programa celebrado com o Aves não traduz o “esforço” e a “partilha de sacrifícios que todos temos de fazer”.

De resto, a redução em dez por cento do valor dos contratos programas de desenvolvimento desportivo faz parte de um conjunto mais vasto de propostas que a Comissão Política do PSD deu hoje a conhecer a Armando Silva através de carta enviada ao presidente do Aves. Na missiva, assinada pelo presidente do PSD e também vereador da oposição, Alírio Canceles sublinha que os “vereadores foram eleitos para defender os interesses do concelho de Santo Tirso e das suas populações”, que “não cedem a populismos” e que em causa está a “defesa do interesse público, nomeadamente no que respeita aos recursos financeiros”. Canceles alega que as posições dos vereadores “são objeto de ponderação e assentam em critérios de equidade, justiça e defesa do interesse público” e que não confundem “futebol com política, nem política com futebol”.

O PSD diz perceber e compreender “as dificuldades do Aves e de todas as instituições”, mas entende que “os recursos financeiros que resultam dos nossos impostos, neste momento de grande aflição para as famílias, devem ser equitativamente repartidos”. Por outro lado, o partido lamenta ainda que Armando Silva “tenha preferido discutir este assunto na praça pública, fazendo tábua rasa das mais elementares regras de convivência e de cordialidade que devem nortear as relações entre organizações”.

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