quinta-feira, junho 07, 2012

Guilherme Pinto: “o atual governo trata o norte da pior maneira possível, através do silêncio”


O Porto e a região norte estão a ser tratados pelo governo da “pior maneira possível, que é através do silêncio”. Quem o diz é Guilherme Pinto que, na qualidade de candidato a presidente da Federação Distrital do PS, cujas eleições se realizam no dia 16 de junho, esteve esta tarde em Santo Tirso para uma sessão de esclarecimento, ‘apadrinhada’ por Castro Fernandes seu apoiante e vencedor das eleições do último sábado para a concelhia do PS.

Guilherme Pinto não criticou o governo pelas “más decisões” ou pelas “decisões contrárias aos interesses da região”, mas por não tomar decisões. “Só assim se explica”, diz o candidato, “que não tenham substituído a administração do Porto de Leixões que é o elemento mais importante da economia da região”. “O contributo do governo para que o Porto de Leixões funcione bem, é não nomear sequer uma nova administração e deixar aquilo ao deus dará”, criticou o candidato.

Em Santo Tirso, o também presidente da Câmara de Matosinhos afirmou que “estamos hoje a pagar a demagogia de um primeiro-ministro que disse que ia fazer o governo mais pequeno da história, pois era preciso acabar com os tachos, mas que obedecendo a essa lógica, fez com que dois dos ministérios mais importantes não façam “rigorosamente nada”, nomeadamente os ministérios da Agricultura e Economia. “Passos Coelho condenou o ministro da economia a ser incapaz de gerir aquele ministério”, acusou Guilherme Pinto.

No esclarecimento desta tarde aos militantes de Santo Tirso, o candidato à Federação Distrital do Porto começou por deter-se nas capacidades de uma região que tem “um excelente aeroporto”, que “tem magnificas auto-estradas” e estruturas tão importantes como o Porto de Leixões e o Porto de Pescas de Matosinhos mas que continua sem uma “estratégia política”, sem capacidade de afirmação, sem uma voz. Embora defensor claro da regionalização, Guilherme Pinto - que não acredita que esta se faça nos próximos dez anos - recusando-se a ficar à espera, defende que essa afirmação do Porto se faça através da Junta Metropolitana. Castro Fernandes, minutos antes, já havia defendido o mesmo: “a nossa opção é clara, passa pela regionalização, não sendo possível, que o presidente da Junta Metropolitana seja eleito pelos cidadãos”.

Para além das críticas ao atual governo e da urgência de afirmação do Porto, Guilherme Pinto refletiu ainda sobre o próprio partido. “O PS não voltará a ter a confiança dos portugueses se não afirmarmos o orgulho naquilo que foi o passado”. Ou, por outras palavras, a defesa de estratégias que estavam a ser seguidas pelo governo de José Sócrates e que são garantia de uma país mais competitivo, nomeadamente a aposta na qualificação, na ciência e nas novas tecnologias, mas também nas energias alternativas.

Já no final da sua intervenção, Guilherme Pinto afirmou que esta sua candidatura à Federação Distrital do PS não servirá “de patamar para outros voos”, mas apenas e exclusivamente o Porto. O candidato quer “transformar este Porto carrascão, num Porto vintage”.

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