domingo, novembro 11, 2007

Especialistas atribuem a Tintoretto tela exposta no Mosteiro de Singeverga



A tela que representa a Adoração dos Reis Magos está exposta na igreja do Mosteiro de Singeverga desde 2005. Mas só agora é que os especialistas a parecem ter encontrado, atribuindo a sua autoria ao pintor do século XVI Jacobo Tintoretto. O abade D. Luís Aranha diz que comunidade sempre teve consciência do valor da obra e que esta nunca este escondida.

A história fez capa da edição de 5 de Novembro do Diário de Notícias. Alegadamente, uma tela “perdida” do célebre pintor veneziano Jacopo Tintoretto “encontra-se a salvo” em… Roriz. Mais concretamente no Mosteiro Beneditino de Singeverga. Trata-se de um enorme pintura a oléo, com cinco metros de cumprimento por dois e meio de largura, que representa a Adoração dos Reis Magos. Desde 2005 que a tela se encontra colocada ao fundo da igreja da Ordem Beneditina e qualquer um a pode apreciar.

A reportagem do Diário de Notícias motivou, naturalmente, outros trabalhos jornalísticos sobre o assunto, de tal forma que o abade da ordem Beneditina, D. Luís Aranha teve, na passada semana, que se desdobrar entre os normais afazeres do dia-a-dia e a receber a Comunicação Social. Ao Entre Margens, contudo, relativizou o assunto até porque, no seu entender não se trata de qualquer descoberta pela razão simples de que a tela não estava sequer perdida. “Não é nenhum quadro fantasma” diz-nos em final de conversa. A comunidade religiosa sublinha, sempre teve consciência do quadro que lhes havia sido doado pela família de Jaime Pinho e D. Luís Aranha acredita mesmo que a Adoração dos Reis Magos, pelo menos será “da escola” do pintor do século XVI. “Não poso dizer que é de Tintoretto, ou do filho, mas acredito que possa ser da escola Tintoretto”.

O assunto atraiu a comunicação social, mas não tanto os populares da freguesia de Roriz, ou mesmo do município. Para D. Luís Aranha a razão é simples, a tela sempre ali esteve, as pessoas já a conhecem. “Acham-na bonita” e é tudo. O mesmo responsável tem consciência que a provar-se que é de Jacobo Tintoretto o impacto será maior, mas para já, isso ainda não se sabe.

De resto, e segundo escreve o Diário de Notícias “muito há para se saber sobre esta pintura, através de exames técnicos exigidos para a autenticação de uma obra de arte, se a tal se quiserem dispor os monges, seus actuais proprietários”. Questão com a qual, segundo adiantou D. Luís Aranha, a comunidade anda não foi confrontada, não tendo por isso uma resposta. Na altura, se tal acontecer, haverão de decidir se autorizam ou não a saída da tela do mosteiro.


Leia mais na edição de 14 de Novembro do Jornal Entre Margens

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