Junta da Vila das Aves empenha-se na compra do Amieiro Galego

Entre o caos e o abandono em que se encontram as Termas do Amieiro Galego, em Vila das Aves, permanece intacta um placa onde se dá conta da reabertura das mesmas, em 19 de Julho de 1975, por “vontade do povo”. 34 anos depois, a vontade popular poderá também ditar o seu destino.

A carta seguiu na última segunda-feira, por isso, a esta altura o presidente da Câmara já terá em sua posse um pedido de reunião urgente, subscrito pela Junta de Freguesia de Vila das Aves. A junta local quer discutir com o presidente da Câmara de Santo Tirso a compra das Termas do Amieiro Galego.

O imóvel em causa, descrito como tratando-se de uma “casa de cave com duas divisões e seis quartos de banho, com 63 metros quadrados e logradouro com 1128 metros quadrados” está à venda, no âmbito do processo de insolvência da empresa “Sampaio, Ferreira & Cª, Ld.a”, ou seja, a ainda proprietária das instalações onde durante anos os avenses fizeram os seus banhos termais.

O valor mínimo de venda é de cerca de nove mil e 600 euros, podendo os interessados na aquisição dos bens fazê-lo até 11 de Setembro deste ano. Carlos Valente, em declarações ao Entre Margens confirmou o interesse da Junta de Freguesia em ficar com as termas e garantiu que, dê por onde der, no dia 10 de Setembro, a Junta de Vila das Aves apresentará um proposta de compra. “A junta é que explorava as termas com a autorização da Sampaio Ferreira por isso faz todo sentido que apresentemos uma proposta de compra. Entendo que deve ser a Junta a adquirir o Amieiro Galego”. Recorda ainda Carlos Valente que em anterior mandato, liderado por Aníbal Moreira, a Junta chegou a contestar a tomada de posse por “uso e capião” das Termas do Amieiro Galego por parte da empresa “Sampaio Ferreira”, mas sem efeito.

Explica ainda Carlos Valente ao entre Margens que o pedido de reunião solicitado agora ao Presidente da Câmara Municipal tem dois propósitos principais: o de solicitar apoio financeiro e logístico no sentido da apresentação de uma proposta de compra; e o de classificar a zona do Amieiro Galego de interesse municipal. Se da parte da Câmara Municipal de Santo Tirso não houver receptividade para este assunto, Valente diz que a Junta não irá desistir da compra, apontando as suas baterias para os avenses. “Vamos lançar uma subscrição pública juntos dos avenses no sentido de arranjar dinheiro para adquirir as termas”. O presidente da Junta de Freguesia diz-se, de resto, convicto da boa receptividade que a proposta terá junto dos avenses.

O fim último da proposta de compra passará naturalmente pela reabilitação das Termas o que, e tendo em conta o estado de degradação a que as mesmas chegaram, implicaria a construção de infra-estruras de raiz para o efeito. Mas há um “mínimo” que a junta, diz Valente, terá capacidade para assegurar numa primeira fase, ou seja fazer a limpeza e assegurar as condições de segurança de forma a torná-lo num espaço de lazer. “É um espaço agradável para o Verão e tem uma zona de lazer mínima, que já foi aproveitada noutras alturas”.

O presidente da Junta diz ser quase inacreditável que estando a freguesia entre dois rios não tenha “um metro de espaço de lazer à beira rio” e que dentro das limitações, este podia ser um bom ponto de partida para que este estado de coisas se alterasse.
Entretanto, e antes de se conhecer, em Outubro próximo, quem vai liderar os destinos da Junta de Vila das Aves, a assembleia de freguesia reúne em sessão ordinária e para além das informações do executivo, estará, naturalmente, em cima da mesa, a proposta de aquisição do Amieiro Galego.