Já o programador Marcos Barbosa diria depois que o festival servirá também como "‘warm up’ para aquilo que acontecerá em
Com a dança contemporânea cada vez menos presente na programação cultural da cidade invicta, Francisca Abreu, embora dizendo que a organização está atenta às circunstâncias, refere, por outro lado, que não se está a programar “contra” qualquer cidade. Marcos Barbosa complementaria a ideia, afirmando que o desejável era que “houvesse mais cidades como Guimarães a ter festivais destes”.
Um conjunto de bailarinos e um ator fazem de “Be Your Self” (dia 10) uma experiência “tridimensional” e “intemporal”, conjugando dança, música, palavra, vídeo e arquitetura. Assinado por Garry Stewart, o espetáculo da Australian Dance Theatre especula sobre a natureza do ser humano e da sua individualidade.
“Mapacorpo” é o espetáculo que se segue no Gui Dance (dia 11) com as criadoras e intérpretes Amélia Bentes e Leonor Keil e, mais uma vez, há várias disciplinas em jogo; não só a dança, mas também o desenho digital e a música, no caso, interpretada ao vivo.
Para sábado (dia 12), um clássico da dança contemporânea (com tudo o que a afirmação tenha de contraditório), nomeadamente “Rosas Danst Rosas”, uma criação, com cerca de três décadas, da coreografa e bailarina Anne Teresa De Keersmaeker. A 16 de março, o Vila Flor apresenta-se como co-produtor de “Entre Todas as Coisas”; um objeto coreográfico de Teresa Prima, criado no âmbito do Projeto B.
Já a companhia Olga Roriz tem dupla presença no Gui Dance; no mesmo dia (17) serão apresentadas as peças “Electra” e “Sagração da primavera”, ambas estreadas em 2010, apresentando-se Olga Roriz a solo, na primeira. Seguem-se no festival dois solos (dia 18): o de Lígia Soares em “Ar ao vento” e o de Andresa Soares com “Era uma coisa mesmo muito abstrata”. Para o encerramento do festival, “Babel” (Words) da companhia belga Eastman numa coreografia de Sidi Larbi Cherkaoui que toma como ponto de partida a lenda da Torre de Babel e que explora a linguagem e a sua relação com a nacionalidade, a identidade e a religião com um corpo de bailarinos que reflete, por si só, essa mesma diversidade.
Com um orçamento de 150 mil euros, o Gui Dance não se fica pelos espetáculos; há que ter também em conta as várias atividades paralelas, como o workshop e o masterclasse sobre técnicas de dança, coordenados pela companhia australiana, as duas mesas-redondas dedicadas à dança contemporânea; ou, entre outras, a sessão aberta do Laboratório B.
Texto: José Alves de Carvalho. Na imagem, "Be Your Self", numa foto de Chris Herzfeld
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