Há quase vinte anos que os filmes deixaram o cineteatro de Santo Tirso,
que o entra e sai de pessoas desapareceu. Há quase vinte anos que ninguém ocupa
aquelas cadeiras. Desde 2007, quando o edifício foi parcialmente demolido, que
não há cadeiras, que só a fachada ainda se mantém de pé, que se espera pela
requalificação, tantas vezes, anunciada. O PSD assinalou os dois anos de grua e
o entre margens foi saber o que pensam os tirsenses de tudo isto.
O cineteatro está, ainda, tapado com os taipais que, em 2009, indiciavam
o arranque da obra. A grua mantém-se visível a quem passa e o que resta do
edifício está ao abandono há cerca de dois anos. De novo há agora um cartaz da
autoria do PSD de Santo Tirso, que muitos parecem nem prestar atenção. “Dois
anos de Grua”, pode ler-se. Quem por ali passa sublinha “a vergonha”, “a
aberração” que a grua e o edifício significam.
“A obra está um nojo” dizia Ricardo Gouveia sem que fosse necessário
perguntar. “Há dois anos assim, não tem jeito nenhum, mais valia deixarem o
prédio como estava, davam uma pintadela”. “A asneira foi alegarem que estava
velho e agora deixarem isto assim”, dizia um senhor, apressado, a tentar fugir
da chuva, que não se quis identificar.
TEXTO DE: ELSA CARVALHO
Leia a versão integral da reportagem na edição impressa do Entre Margens
de 8 de setembro de 2011
Sem comentários:
Enviar um comentário